França e o Labirinto: uma audiossérie com um protagonista cego.

Em 2023, o Spotify lançou a audiossérie original França e o Labirinto, protagonizada por Selton Mello. A produção conta a história de Nelson França, um detetive particular cego que precisa retomar a investigação de um caso que já estava encerrado.

A audiossérie utiliza o recurso de tecnologia chamado áudio binaural. Com essa técnica, o som é localizado e cerca quem está ouvindo, permitindo que o ouvinte acompanhe a história sob a mesma perspectiva do personagem principal e tenha uma experiência mais imersiva com o áudio 3D. Por isso é recomendado ouvi-la com fones de ouvido. Você é um ouvinte na pele de um cego.

Em França e o Labirinto, Nelson França é um personagem complexo. Ele é um detetive particular. brilhante e talentoso, que não deixa sua deficiência impedi-lo de fazer seu trabalho. Por anos, ele colaborou com a polícia, inclusive na investigação que levou à captura de um célebre serial killer. Agora, décadas depois, uma nova vítima é encontrada, e França suspeita que os crimes estejam todos conectados.

Estou no episódio 8 e confesso que às vezes os sons altos, latidos, barulhos e ausência de informações visuais me incomodam, mas me fazem pensar em um mundo pautado pela audíção. Gostaria muito de ouvir a opinião de pessoas cegas sobre esse projeto inovador e intrigante, afinal é suspense cheio de mistérios.

Orientação e Mobilidade – caminhar sem ver

Quem nunca ficou agoniado ao ver uma pessoa cega, com bengala caminhando sozinha na rua? E quando ela para em uma esquina para atravessar a rua? Dá aquela vontade de ir correndo e pegar no braço  e sair puxando.

Não. As coisas não são bem assim. Nenhum cego ou deficiente visual sai para as ruas sem antes passar por um longo período de treinamento. Pessoas muito bem capacitadas auxiliam na formação de pessoas com deficiência visual, baixa visual ou cegueira. O trabalho é longo e muito estruturado.

Tive o prazer de fazer um  rápido treinamento na Fundação Dorina Nowill. Em duplas, um com olhos vendados e o outro conduzindo-me, saíamos de uma sala e nos dirigíamos até a rua. Muito medo, tensão no corpo, passos lentos e pequenos tropeços. A pessoa que me conduzia tinha que me orientar e antecipar. Eu, como uma pessoa com memória visual, conseguia imaginar e criar o que ela relatava. Tive que confiar e por alguns minutos fiquei totalmente dependente. Mas pensei, e se fosse só eu e a bengala????

A orientação e mobilidade dá independência e autonomia ao deficiente visual. A condição de ir e vir, sair, passear, trabalhar, namorar, viver. Claro que a falta de acessibilidade e sinalizações adequadas provocam trombadas, batidas de cabeça e hematomas. Algumas sinalizações são possíveis e indispensáveis, pois dão autonomia e segurança aos deficientes visuais e pessoas com baixa visão:

Piso Tátil é o piso diferenciado com textura e cor sempre em destaque com o piso que estiver ao redor. Deve ser perceptível por pessoas com deficiência visual e baixa visão.

Existem dois tipos de piso tátil: piso tátil de alerta e piso tátil direcional.

O piso tátil de alerta ou “piso de bolinha” é instalado em início e término de escadas e rampas; em frente à porta de elevadores; em rampas de acesso às calçadas ou mesmo para alertar quanto a um obstáculo que o deficiente visual não consiga rastrear com a bengala. A cor contrastante serve para auxiliar a pessoa que tem baixa visão.

piso tatil1

O piso tátil direcional é colocado em locais amplos onde não tem ponto de referência que seja detectado com a bengala e serve como guia direcional.
piso tatil 2

A Fundação Dorina oferece, gratuitamente, aulas de orientação e mobilidade para que pessoas com deficiência visual aprendam a se locomover sozinhas nas ruas e no transporte público. E este é um imenso passo em busca da independência!     13939312_1146720122051262_4085838910320895874_n(1) #imagemdescrita Foto mostrando as pernas de 2 pessoas, um homem com calça cinza e uma bengala branca e uma mulher com vestido longo amarelo, acompanhando-o.

Sugestão de Material de apoio: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ori_mobi.pdf

Sugestão de post: http://www.bengalalegal.com/orienta

UM BEM QUE DÁ GOSTO

UM BEM QUE DÁ GOSTO 2015 terá início em apenas 9 dias. Programe-se para participar. Você vai comer bem, se divertir e ainda ajudar pessoas cegas e com baixa visão atendidas pela Fundação Dorina.
Marque seus amigos nos comentários, compartilhe esse banner com ‪#‎umbemquedagosto2015‬ e nos ajude a fazer deste roteiro gastronômico do bem, um sucesso ainda maior.
Consulte os restaurantes parceiros emwww.fundacaodorina.org.br/umbemquedagosto.
Descrição da imagem:
Banner quadrado. Na parte superior há um fundo de madeira marrom escura com uma tarja de madeira mais clara. Sobreposto à madeira há uma caixa com o logo do projeto um bem que dá gosto que é a metade esquerda do contorno de um círculo com óculos escuros em preto e uma boca sorrindo de onde sai uma pequena língua vermelha. À direita, em dois níveis, UM BEM QUE DÁ GOSTO, com o escrito “3ª edição” acima e abaixo escrito “em outubro, os pratos mais gostosos de São Paulo ganham um sabor ainda mais especial.”
No centro do banner, à esquerda há uma lousa verde e dentro dela está escrito “Essa iniciativa vai reverter parte da renda de pratos especiais para projetos de inclusão de pessoas com deficiência visual.” Do lado direito há uma imagem de um pote redondo preto com sopa e um pão ao lado.
Abaixo está escrito “Participe! Você se diverte e ainda ajuda pessoas cegas e com baixa visão.” Abaixo ainda está os logos do instagram e do facebook e ao lado escrito “Compartilhe a hashtag um bem que da gosto” e o perfil do projeto no instagram que é @umbemquedagosto.
No rodapé há uma tarja amarela e nela está escrito “Válido de 01 a 31 de outubro. Acesse www.fundacaodorina.org.br/umbemquedagosto e confira os participantes do roteiro gastronômico que transforma vidas.”
No canto inferior direito está o logo da Fundação Dorina.

Sentidos à Flor da Pele

Sentidos à Flor da Pele acompanha a rotina de vida de deficientes visuais que atuam de modo nada convencional no mercado de trabalho. Vivemos num mundo cada vez mais dominado por imagens. A perda parcial ou total da visão promove um aprofundamento na fruição dos outros sentidos, que se tornam muito mais aguçados. O tema principal do filme são as capacidades, habilidades, inúmeras possibilidades de inclusão, também estímulos, compreensão e a luta contra todo tipo de preconceito.

Exposição no escuro voltada para o apreço sensorial da arte

Sentir a vida literalmente na ponta dos dedos é a proposta desta exposição nada convencional que tem abertura no Jundiaí Shopping às 19h00 do dia 7 de novembro. Com obras criadas especialmente para este evento, a mostra “Na Ponta dos Dedos” conta com toda a sensibilidade da artista plástica Tatiana Zylberberg e Vera Pinke e fica disponível para visitação gratuitamente do dia 8 de novembro até o dia 7 de dezembro sempre de quarta a domingo, das 14h às 20h. O projeto é realizado pela 3S projetos com recursos do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) em parceria com a ACEBEM (Associação dos Cegos do Bem) com o patrocínio da empresa AkzoNobel.
As autoras-artistas produziram 20 obras táteis buscando provocar nos visitantes outros modos de ver-compreender a realidade e fazer sentir-pensar sobre como estão lidando com a Vida. Basearam-se principalmente em ideias de Thomas Armstrong no livro a “Odisseia do desenvolvimento humano: navegando pelos 12 estágios da vida”, de Leonardo Boff em “O cuidado necessário” e de Maurice Merleau-Ponty em “Fenomenologia da Percepção”. A exposição tem uma ambientação sonora composta e interpretada por Fernando Bacelar e Aldenor Paiva, com poemas de Tatiana Zylberberg e entrevistas sobre a vida realizadas com pessoas de diversas idades-realidades.
No escuro, os visitantes de são convidados a fazer um percurso sensorial guiados pela equipe da ACEBEM, tendo a oportunidade de experimentar uma nova forma de se ver a arte, principalmente através do toque. As obras serão tocadas com as mãos, e complementadas com poesias narradas ou em braile. Temas emergentes como sustentabilidade, responsabilidade social, diversidade e inclusão serão a base desta montagem. Cabe ressaltar, que são os visitantes que determinam o tempo de exploração de cada obra.
“O propósito é ir além de querer mostrar como se vive uma pessoa com deficiência visual. A exposição assume a tarefa de questionar o quanto a visão (sentido norteador predominante em nosso cotidiano moderno para guiar nossas direções e escolhas) parece “nos educar” para não-ver. A partir do convívio no escuro e da experiência multissensorial, surge a possibilidade de reconhecer no Outro, tanto a diferença quanto a singularidade”, explica Tatiana. As obras produzidas pelas artistas nos instigam a aprender a alteridade, aprender a nos colocar no lugar do outro, não para comparar, mas para interagir.
O projeto também oferece agendamento para visitas de grupos ou escolas, voltado para estudantes do ensino fundamental e médio (a partir dos 8 anos de idade),  universitários da rede pública e grupos particulares e de empresas ou demais interessados. Informação para agendamento de visitas escolares falar com Silvio Girotto através do telefone (11) 95023-9133.

fonte: recantoadormecido.com.br


Nota da blogueira: Eu fui e amei. Confesso que dá uma certa agonia ficar no escuro e depender do guia para tudo, mas é uma experiência única. Não pude deixar de pensar nas pessoas cegas que conheço e nas surdocegas que tem dificuldades duplicadas e isolamento sensorial. Coloquei-me no lugar delas por 30 minutos que permaneci lá. Indico como experiência pessoal e profissional para os profissionais da área.

As cores das flores

Uma criança cega precisa escrever uma redação sobre as cores das flores. O vídeo mostra o desafio do menino para conseguir cumprir a tarefa. A tradução para o português foi feita para o blog “Assim como Você“, de Jairo Marques.

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