O vídeo acima apresenta um trabalho que realizei com 7 alunos surdos do 5º ano de uma escola especial para surdos, com idades entre 11 e 12 anos.
A ideia inicial era possibilitar aos alunos expressarem-se através da fotografia, mas acabei dando um “comando” diferente: fotografem o que você veem na escola, menos pessoas.
Um aluno por vez saiu com a máquina e retornava e entregava ao amigo. Eu não comentava nada, não perguntava e nem sugeria a quantidade ou o local a ser fotografado.
Nenhum aluno via a foto do outro.
As fotos foram apresentadas à todos e cada um individualmente podia fazer as alterações que desejassem. A manipulação foi feita no word e eles aprenderam a cortar, a alterar a luminosidade o brilho e a cor. Após manipularem livremente, os próprios alunos salvavam.
Tudo pronto e impresso os alunos puderam ver as fotos uns dos outros.
As fotos foram apresentadas em uma Feira Cultural realizada dia 08 de novembro, com as fotos suspensas na sala ao estilo móbile, onde todos podiam caminhar entre elas.
As fotos ficaram lindas e expressam a visão, os sentimentos deles e o olhar.
Algumas em preto e branco, outras fotos bem coloridas e especial de uma criança que fotografou somente paredes, mas depois as coloriu.
No momento não cabe análise, nem críticas negativas, afinal foi o primeiro contato dos alunos com uma câmera semi profissional e com a manipulação de imagens. Sugiro que assistam vendo o olhar de uma crianças, que vai além das pessoas, das carteiras e da lousa.
Roseli Gonçalves
Pedagoga com habilitação em Educação de Deficientes da Audio-comunicação. Psicopedagoga e professora de surdos.
Apaixonada por tecnologia assistiva e mídias sociais. Sonhadora, acredita na inclusão, no respeito as diferenças e no direito a igualdade. Viu muita coisa mudar desde que se formou, mas sabe que tem muita coisa a ser feita.
Viajante, mãe da Giulia, chocólatra e adora tomar cafés com ela mesma ou com amigos.