Dia do Surdo

 

 

Oi pessoal,

Não pretendo escrever aqui em português, sim vou mostrar aqui em Libras, porque ela tem uma história importante. É que há muito tempo os surdos lutam com muito suor e conquistam Libras (Língua Brasileira de Sinais), que é uma língua das comunidades surdas brasileiras reconhecida por parte da sociedade brasileira hoje (devido à Lei nº 10.436\2002).

Escrever em português é outro momento…

Agora em Libras, vejo que hoje é o dia dos surdos (26 de setembro) e parabenizo a quem luta tanto, no processo histórico, pela Libras. No entanto, a luta dos Surdos não acaba, porque cada momento sempre traz para esses Surdos novos desafios para enfrentarem e lutarem.

Cada surdo precisa olhar sua subjetividade como um olhar do Surdo, sua capacidade de lutar tudo o que for preciso para superar os desafios em qualquer momento.

Podemos ver casos da luta histórica dos surdos (as conquistas em processo):

A educação bilíngue nas escolas dos surdos pede a presença efetiva do professor ou instrutor surdo na sala de aula, mantendo a relação pedagógico com alunos surdos no processo de ensino-aprendizagem, a Libras em todas disciplinas escolares, nada de seguir o método oral… (Ainda considerando um dos principais princípios da educação bilíngue é respeitar ao desenvolvimento da linguagem dos alunos surdos como a apropriação em Libras, que é como uma língua concreta, não uma mera instrução, mas sim para todo o processo educativo no qual os alunos surdos poderem facilitar sua compreensão no momento da leitura do mundo em todos os ambientes educacionais). No entanto, neste momento todas escolas ainda não têm esses profissionais e essa perspectiva da educação bilíngue efetiva em todos cantos do Brasil…

Atualmente, há intérpretes e tradutores de Libras-Português na sociedade brasileira, oferecendo a acessibilidade de comunicação para as comunidades surdas, principalmente os Surdos. Podemos ver esses profissionais nas campanhas eleitorais nas mídias televisivas, como a janelinha de interprete e legenda em português, mas ainda há muitas coisas para melhorar essa acessibilidade de comunicação, porque tem algumas falhas (referindo ao tamanho miúdo de janelinha os quais surdos com ou sem óculos não conseguem ver melhor, legenda com as letras em português muito pequenas como formiguinhas, rs rs rs… O mais grave é que a maioria de surdos reconhece que alguns intérpretes não são considerados eticamente profissionais devido a seguimento da fala dos candidatos em português sinalizado, o que não respeita à modalidade linguística de Libras, também devido a muitas omissões de fala dos candidatos ao interpretar em Libras em comparação da legenda. Mas na verdade, as comunidades surdas agradecem muito e tiram o chapéus para aqueles interpretes de Libras com a competência e a ética profissional, mas ainda espera que todos interpretes de Libras melhorem sua postura profissional, como os profissionais surdos também devem melhorar sua qualidade de trabalho, enfim…)

Neste momento, a sociedade brasileira tem algumas percepções em torno das comunidades surdas como a Libras, as lutas dos surdos. Neste modo, alguns cidadãos brasileiros começam a entender a necessidade de comunicar com surdos, pensando e procurando a forma como conseguir relacionar com cidadãos surdos. Ou seja, pensam em ir ao curso, entrar em contato com outros pedindo alguma orientação para conseguir entrar na relação com surdos em diversas esferas públicas… Esta visão é que a forma como a sociedade vê as comunidades surdas nos dias atuais, porque quando eu era pequena, a visão dessa sociedade era outra, porque antes via os surdos como coitados e incapazes, não acreditavam na Libras, mas sim acreditando que eles precisariam aprender a ouvir e falar para “igualar” à vida dos ouvintes. Ainda existem preconceitos e visões pessimistas em tornos dos Surdos no passado e no presente… Certamente, a vida da sociedade mudou sim no decorrer de tempo, pois há possíveis percepções sobre mudanças nas relações sociais entre os surdos e os ouvintes no presente em comparação ao passado.

Então, conclui que os três casos das lutas dos surdos são uma reflexão sobre a forma como os surdos têm conquistas e perdas de lutas no decorrer de tempo. Estas perdas não são um sentido pejorativo, mas sim motivam aos surdos pensarem melhor sobre a forma como podem transformá-las em conquistas no futuro. Por isso, as lutas dos surdos nunca se começam, tampouco acabam, sim sempre no processo, dependendo de objetivo que surdos precisam ou querem atingir. Se saberem qual é o seu objetivo, com certeza terão mais uma conquista de luta. O processo de luta prova que a vida sempre é um movimento, assim como aparecem novos desafios e novas conquistas da vida nas\das comunidades surdas em cada momento…

Então, um abraço a todos!

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Natalia Frazão

Mestranda em educação pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).