Estrelado por Salma Hayek e Angelina Jolie será o responsável pela introdução de vários novos super-heróis no MCU, incluindo Makkari, que será a primeira heroína surda da Marvel Studios. Em recente entrevista ao The New York Times, Lauren Ridloff comemorou sua personagem. “Meus dois meninos, que também são surdos, vão crescer em um mundo onde há super-heróis surdo. Isso significa que eles serão capazes de sonhar um pouco mais além”, disse ela, que ainda relatou como surgiu a oportunidade de participar do filme.
A atriz, que é deficiente auditiva desde o nascimento, ainda comentou que recebeu ajuda de Angelina Jolie durante as filmagens. Foi a intérprete de Thena quem sugerir uma solução para tornar a comunicação com Ridloff mais fácil. “Em algumas cenas, tive que ficar de frente para uma parede. Sendo uma pessoa surda, como você me dá sinais? Em dado momento, eu estava compartilhando minha frustração com Angelina Jolie. E ela imediatamente fez uma sugestão: por que não usamos uma caneta a laser que os efeitos especiais possam apagar facilmente? Aquele foi um momento de surpresa”, falou. “Sempre que estou olhando para uma parede, os intérpretes usam uma caneta a laser para fazer um círculo na parede, o que significa rolling, rolling, rolling [gravando] e, uma vez que ele vai embora, eu entendo que é ação“, acrescentou.
Ridloff ainda contou que, durante a gravação de uma das cenas que tinha um grande estampido, todos os integrantes do elenco estavam usando protetores auriculares, menos ela. “Um homem, então, perguntou se eu tinha certeza”, brincou a atriz. “Naquele momento, eu me senti como um super-herói. Todo mundo comentou como o barulho havia sido alto”, completou.
A atriz também falou que chegou às gravações decidida a mostrar que não era frágil e que seria fácil trabalhar com ela. “Depois de trabalhar com o elenco, eu percebi que todos tinham os seus desafios e que eu não precisava pedir desculpas pelas minhas limitações, mas apenas fazer o meu trabalho. Muitas vezes, me senti pressionada porque estou abrindo caminhos para outros atores surdos, mas sempre lembro que o meu papel é inspirar as pessoas. Quando eu estava crescendo, eu não sonhava em ser atriz, nunca me imaginei nas telonas. Quando criança, muitas vezes, me senti como a única surda do planeta. Agora, como adulta, sei que existem, pelo menos, 466 milhões de pessoas com essa mesma dificuldade. Não sou a única. E isso é o que significa representar a primeira heroína surda. Nós não estamos sozinhos, e todos verão as possibilidades que nós temos”, concluiu.

Pedagoga com habilitação em Educação de Deficientes da Audio-comunicação. Psicopedagoga e professora de surdos.
Apaixonada por tecnologia assistiva e mídias sociais. Sonhadora, acredita na inclusão, no respeito as diferenças e no direito a igualdade. Viu muita coisa mudar desde que se formou, mas sabe que tem muita coisa a ser feita.
Viajante, mãe da Giulia, chocólatra e adora tomar cafés com ela mesma ou com amigos.